🚨⚠️ ALERTA DE GATILHO ⚠️🚨
Fui alertado que essa poesia pode ser interpretada como uma alusão à violência sexual. Entendo que poesias (ou outras artes) devem ser livres para interpretação pessoal de quem lê, mas quando uma interpretação leva para um caminho errado pode ser necessário explicar o que está por trás das palavras. Quando a escrevi, há 21 anos atrás, com certeza pensei-a como um relato de relacionamento abusivo, entretanto não com cunho sexual. Como alguém recém saído da adolescência e sendo um nerd fã de fantasia e de histórias de vampiros, propus a poesia como uma fictícia relação abusiva entre um vampiro e uma humana, cujo cárcere é motivado pelo consumo de sangue, que vai drenando a juventude e saúde da vítima, e mantendo o poder do seu algoz. O coração de pedra indica um órgão que não pulsa, parado no tempo para imortalidade do ser sobrenatural, cuja mitologia indica que pode se esvair um pó/cinzas quando ali é acertado por uma estaca. Algumas obras sobre o mito sugerem que a vítima pode ter a vida/sofrimento prolongado ao ingerir o sangue do vampiro, que em algumas adaptações instiga a vítima a beber através de um beijo, tendo sangrado o próprio lábio com os dentes pontiagudos, o que está figurado no verso como "saliva". Por fim, o verso mais polêmico trata de um seio machucado, mas a intenção foi usar o seio/peito como alegoria para um coração magoado pela confiança quebrada por quem a seduziu e a levou à prisão. Espero que com essa explicação, a leitura fique isenta do gatilho de violência sexual, embora mantenha o alerta para o gatilho de relacionamento abusivo.
_____________
BORBOLETAS NO INFERNO
Princesinha do desejo
Como eu quero te provar
Ter teu sangue na minha boca
Ver o ódio em teu olhar
Com a tua beleza
Que se desgraça facilmente
Favelas repletas de doença
Doença aquela que tu sentes
Quero te ter, mas não quero te amar
Meu coração é de pedra, pode esfarelar
Possuo teu corpo, te faço chorar
Machuco teu seio, quero lágrimas para navegar
Princesinha do desejo
Quero guerras para ti lutar
Fazer da tua vida um inferno
Só minha saliva para refrescar
Para que liberdade de borboletas
Se nem elas têm, hoje em dia?
Teu mundo é uma prisão
Com apenas uma cela vazia
Quero te ter, mas não quero te amar
Meu coração é de pedra, pode esfarelar
A liberdade que queres, eu não vou te dar
Borboletas no inferno não podem voar
Princesinha do desejo
Como eu quero te provar
Ter teu sangue na minha boca
Ver o ódio em teu olhar
Com a tua beleza
Que se desgraça facilmente
Favelas repletas de doença
Doença aquela que tu sentes
Quero te ter, mas não quero te amar
Meu coração é de pedra, pode esfarelar
Possuo teu corpo, te faço chorar
Machuco teu seio, quero lágrimas para navegar
Princesinha do desejo
Quero guerras para ti lutar
Fazer da tua vida um inferno
Só minha saliva para refrescar
Para que liberdade de borboletas
Se nem elas têm, hoje em dia?
Teu mundo é uma prisão
Com apenas uma cela vazia
Quero te ter, mas não quero te amar
Meu coração é de pedra, pode esfarelar
A liberdade que queres, eu não vou te dar
Borboletas no inferno não podem voar
autor: Kico Toralles
27 de Janeiro de 2000
27 de Janeiro de 2000
_____________
Em tempo: alguns anos depois escrevi INCUBUS, que também é narrado por um vampiro e explora outros detalhes dessa mitologia. Nesse caso, uma parte da poesia trata do aspecto de relação consensual, com a alegoria da necessidade do ser sobrenatural só conseguir entrar em uma casa mediante convite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário