sábado, 28 de agosto de 2010

FOGO

Parece que o ritmo partiu
Não sei para onde, nem quando se foi
Só sei que o riso, do sorriso que sumiu
Quis um beijo, do meu lábio que caiu

Quis o fel, do bel amor
Tive um sonho, teu encanto que voou
Vôo mel, lambo céu, cresço flor
Não sei, não sei se o tempo fez sabor

Fez do ser de mim o fantoche do perdão
Não há fogo, sem o jogo da vida
A chama não inflamou, úmida extingüiu
O verde no outono despencou e fraco fugiu

Amarelo triste ficou, centelha que sobrou
Fiquei só, esperei teu abraçar, teu cantar
Virei pó, cantei teu mar, teu tocar
Tocou meu ser, meu âmago quis fazer teu lar

Quis teu sol, do rol calor
Tive um sonho, tão medonho que cansou
Leio prol, em prol do câncer, do tumor
Não sei, não sei se da paz fez-se a dor

E o desenho da tua face se borrou
Não sei como, nem quando isso foi
Só sei que a melodia, da voz que calou
Quis uma faisca, do meu olho que fechou

autor: Kico Toralles
25 de Novembro de 2004

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