terça-feira, 27 de agosto de 2013

SATOPEL CIDADE, CINZA SAUDADE

Sinto falta de poesia,
Da estranha sensação da saudade,
Da poética da cidade cinza,
Da doce poesia de Satolep.

É saudade de século XIX, XX e XXI,
Dos casarões, dos chafarizes,
Dos mascarões, das Meninas e Nereidas,
Das formigas e de um Quadrado.

É saudade das geométricas quadrículas,
Das ruas apertadas, das estreitas calçadas,
Dos ladrilhos hidráulicos, dos paralepípedos em granito,
Dos relógios do Mercado, dos vitrais coloridos.

É saudade dos tons areia de um Laranjal,
Dos áureos quindins, do tribal "Rubro-Negro-o! Rubro-Negro-o",
Dos jacarandás violáceos, dos amarelados guapuruvus,
Das verdes praças, das feiras livres e dos livros em feira.

É saudade dos pubs e botecos,
De Nova York e de Liberdade, de rock e de samba de raiz,
Da ponte para as raízes marcando a perspectiva,
Do olhar para a fuga que marca o ponto de fuga na Barroso.

É saudade da companhia do vento
Do frio e úmido inverno, do gelo na orelha e balançar de cabelo,
Do movimentar da Arquitetura e do Urbano,
E do calor dos amigos que me fazem mais humano.

Sinto falta de poesia,
Da estranha poesia que é esta cidade,
Da poética da saudade doce (que me invade),
Satolep cidade, cinza saudade.

autor: Kico Toralles
27 de Agosto de 2013

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