sábado, 4 de setembro de 2010

CEVA E CANA

À dor - cerveja, e, depois, cachaça...
Maldita vontade de beber:
O sono vem, o olho embaça...


Copo cruel, tontura ameaça,
Dona do meu e de todo ser,
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...


Entra que queima! e por mangüaça,
Alcoolizando o que ainda houver,
O sono vem, o olho embaça...


Paixão pela puríssima ou cabaça,
Triste ou feliz, bebo por prazer,
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...


A cada par que a visão trapaça,
Como é dormente o amanhecer!
O sono vem, o olho embaça...


Depois, todo aquele gosto sem graça.
Calor, suor malandro começa a feder
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...


No entanto, desce outra taça,
(O que mais tem pra beber?...)
O sono vem, o olho embaça...


A cerva teima... a cana dá desgraça.
Tanta ressaca que faz! Mas... tem de ser...
À dor?... - cerveja, e, depois, cachaça:

O sono vem, o olho embaça...

autor: Kico Toralles
09 de Abril de 2002
(paródia da poesia "CHAMA E FUMO" de Manuel Bandeira, de 1911)

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