quarta-feira, 25 de agosto de 2010

LOUCO MUNDINHO MEDÍOCRE

A vida vive da vida
Flores que nascem no sol
Sozinha é a solidão
Conservada no meu corpo formol

Pedaços de entranhas fedidas
Do lúmen do teu olhar
Vivo meu mundinho medíocre
Amando no meu sonhar

Venha paixão que afoga
Os neuro-salva-vidas do céu
Que o inferno queime o sangue
Marcado no preto do véu

Que a faca que corta o pulso
Acabe com meu penar
Que pena não seja susto
Quando a bomba de tua vida eu roubar

Glória ao silêncio dos campos
Da insensata loucura dos versos
Abominável alopração da minh’alma
Certeza de amores incertos

Não quero lágrimas no atol
Nem correntes de água ao piscar
Quero o fogo aquecendo o lençol
Choro da vida de amar

Falando línguas confusas
Enzimas do teu salivar
Cavernas são tão escuras
Medo há ao se entrar

Metáforas no estádio
Ouço o ouvir de um mudo
Frio que congela o fígado
Dores do absurdo

O urso cortou-me o dedo
Ao buscar o favo do amor
Gritei pra todas as mágoas
No ventar do ventilador

Glória ao silêncio dos campos
Da insensata loucura dos versos
Abominável alopração da minh’alma
Certeza de amores incertos

Deixo claro não ser
O chato do abuso amigável
Nem fonte no deserto polar
De energia vital conservável

Romantismo sem conseqüência
Pensamentos sem ordenar
Fracassos não terão mais
O que é preciso para te conquistar?

Glória ao silêncio dos campos
Da insensata loucura dos versos
Abominável alopração da minh’alma
Certeza de amores incertos


autor: Kico Toralles
29 de Dezembro de 1999

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